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- Thiago Merkle
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sábado, 28 de agosto de 2010
Brasil tem alto potencial no setor de luxo, mas precisa acertar ponteiros
Que o Brasil está entre os principais mercados emergentes para o setor de luxo, isso todo o mundo já sabe. Pelo menos todo mundo que tem acompanhado as capas de publicações internacionais como as revistas “The Economist” e “Wallpaper”. A novidade, segundo matéria do WWD, é que o país deve encarar alguns obstáculos no setor de alto luxo.
Altos impostos para importação, falta de infraestrutura, desigualdade social, mercado de moda concentrado em São Paulo e as futuras eleições presidenciais são apenas alguns dos impasses que podem gerar problemas para as grifes que pretendem investir no Brasil nos próximos anos.
Contudo, segundo dados publicados na matéria, a maior preocupação de marcas como Chanel, Giorgio Armani e Burberry _que pretendem seguir os passos de Missoni, Diane von Furstenberg, Gucci e Louis Vuitton_ são as previsões de crescimento da economia a partir de 2011.
De acordo com os relatórios, a previsão é de que a economia nacional cresça entre 4 e 4,5% depois de 2011, um número inferior às estimativas de 6,5 e 7,1% para 2010. Embora positivo, e ainda bastante atraente para os investidores internacionais, tudo isso irá depender de uma série de fatores externos como a saúde da economia chinesa (principal país exportador para o Brasil) e a recuperação dos mercados americano e europeu.
Altos impostos para importação, falta de infraestrutura, desigualdade social, mercado de moda concentrado em São Paulo e as futuras eleições presidenciais são apenas alguns dos impasses que podem gerar problemas para as grifes que pretendem investir no Brasil nos próximos anos.
Contudo, segundo dados publicados na matéria, a maior preocupação de marcas como Chanel, Giorgio Armani e Burberry _que pretendem seguir os passos de Missoni, Diane von Furstenberg, Gucci e Louis Vuitton_ são as previsões de crescimento da economia a partir de 2011.
De acordo com os relatórios, a previsão é de que a economia nacional cresça entre 4 e 4,5% depois de 2011, um número inferior às estimativas de 6,5 e 7,1% para 2010. Embora positivo, e ainda bastante atraente para os investidores internacionais, tudo isso irá depender de uma série de fatores externos como a saúde da economia chinesa (principal país exportador para o Brasil) e a recuperação dos mercados americano e europeu.
Proposta de uma edição africana da revista “Vogue” é rejeitada
A última capa da “Vogue” africana _revista fictícia_ cuja proposta, enviada a Condé Nast pelo fotógrafo Mario Epanya, foi rejeitada pela editora ©Mario Epanya
Nem uma edição inteira da “Vogue” italiana dedicada às modelos negras, nem o canal no site da mesma revista serviram para mudar o posicionamento da editora Condé Nast _detentora dos títulos “Vogue” no mundo_ em relação a uma proposta enviada pelo fotógrafo Mario Epanya.
O camaronense radicado na França disse em sua página no Facebook: “Queridos. A espera terminou. A Condé Nast disse NÃO ao licenciamento da ‘Vogue’ na África. Então essa é a minha última capa [foto acima]. Mas acredito que seja o começo de alguma coisa”.
Apoiadores do fotógrafo, como o site Madame Noire _especializado no estilo afroamericano_ saíram na defesa de Epanya: “A ‘Vogue’ pode se safar publicando alguns poucos editoriais de moda com algumas poucas modelos africanas, ou afroamericanas. Alguém realmente está surpreso com essa decisão da Condé Nast?”.
Camisetão no verão: clássico revisitado no guarda-roupa dos meninos
Durante os desfiles masculinos de Milão e Paris para o verão 2011, os movimentos de cultura jovem do começo dos anos 1970 e 80 exerceram grande influência sobre as coleções. Pense nos punks, skas, skinheads e seus jeans alvejados, jaquetas de motocicleta em couro e na silhueta de alfaiataria, porém subvertida pelo streetwear.
Com isso surge uma das propostas mais interessantes para o verão 2011: as camisetas alongadas _modelos cujas barras se estendem um pouco além da habitual linha do quadril. Com modelagem simples, elas são updates instantâneos para os modelos básicos, ainda mais quando nos tecidos extra-confortáveis desta temporada (mescla, gaze de algodão, perfurados).
Enquanto as modelagens secas e ajustadas das calças não dão sinal de enfraquecimento junto ao mercado consumidor, os modelos de camisas e camisetas mais compridas vêm como importante elemento de composição _e equilíbrio_ do look. Levemente mais afastadas do corpo, elas resultam numa imagem 100% fashion forward quando combinadas com as jaquetas ou coletes ajustados, hits da estação. Remova as mangas e a imagem fica ainda mais fresca, variando entre as golas mais fechadas e profundos decotes “V”.
Osklen, Alexandre Herchcovitch, V.ROM e Cavalera são algumas das marcas nacionais que já investiram nesse modelo (em coleções anteriores ao verão 2011).
Outra dica rápida _e mais econômica_ são as “Summer T-Shirts” da American Apparel. Embora não tão alongadas como as que mostramos aqui, elas vêm com comprimento um pouquinho maior do que o padrão, sendo perfeitas para quem quer começar a experimentar o look.
Gianfranco Ferré verão 2011 |
Giuliano Fujiwara verão 2011 |
Jil Sander verão 2011 |
Osklen verão 2011 |
Raf Simons verão 2011 |
Dior Homme verão 2011 |
Chic, moderna e prática: a nova bolsa feminina tem que ser versátil
Lembram do modelo de bolsa que as mulheres usaram e abusaram na década de 1990? Aquele bem quadradão, com alça comprida de carregar no ombro? Elas estão de volta.
O inverno 2010 _estação do começo do ano no Hemisfério Norte_ reforçou a pureza no design das peças. O tal do “novo minimalismo”. Ou, como apelidaram alguns especialistas, o “utilitarismo chic”. Pense nas grifes Céline, Chloé, Stella McCartney e Hermès.
Sendo assim, a bolsa da vez não é uma it-bag imensa, nem uma clutch delicada para se carregar nas mãos, mas sim aquela boa e velha bolsa de alça comprida feita para carregar no ombro. Chique, moderna, prática.
Reedições de modelos que foram sucesso nos anos 70, 80 e 90 aparecem agora no topo da lista dos principais acessórios da temporada. Versões moldadas para as necessidades atuais, com um leve toque retrô.
Basta olhar para as coleções internacionais do verão 2010 _a estação do momento no Hemisfério Norte. Um dos principais fundamentos é o foco na praticidade. Peças fáceis, simples, mas sofisticadas e elegantes, adaptáveis às diversas situações.
O inverno 2010 _estação do começo do ano no Hemisfério Norte_ reforçou a pureza no design das peças. O tal do “novo minimalismo”. Ou, como apelidaram alguns especialistas, o “utilitarismo chic”. Pense nas grifes Céline, Chloé, Stella McCartney e Hermès.
Sendo assim, a bolsa da vez não é uma it-bag imensa, nem uma clutch delicada para se carregar nas mãos, mas sim aquela boa e velha bolsa de alça comprida feita para carregar no ombro. Chique, moderna, prática.
Reedições de modelos que foram sucesso nos anos 70, 80 e 90 aparecem agora no topo da lista dos principais acessórios da temporada. Versões moldadas para as necessidades atuais, com um leve toque retrô.
Milão reage e fortalece seu calendário de desfiles para o verão 2011
A catedral de Milão, que fica situada na região central da cidade onde serão concentrados os desfiles do verão 2011 ©Reprodução
Para evitar os problemas que enfrentou na última temporada, a Câmara da Moda Italiana está com um poderoso plano para os desfiles do verão 2011. Prevista para os dias 22 a 28 de setembro _ou seja, 7 dias completos_ a semana de moda de Milão contará com apoio da prefeitura da cidade, que irá ceder alguns dos edifícios de maior relevância sociocultural para sediar os desfiles.
Nos desfiles de fevereiro _inverno 2010_, a semana de moda de Milão teve seu calendário reduzido a turbulentos 4 dias. Entre motivos envolvendo corte de custo por parte das revistas, jornais e compradores estava a passagem relâmpago da editora da “Vogue” americana, Anna Wintour, que de última hora decidiu ficar somente 4 dias na cidade.
Depois de severas críticas de importantes membros da indústria e de poderosos nomes da moda italiana, a Câmara de Moda decidiu tomar atitude em prol não só da relevância do evento para o cenário da moda global, como também para o da indústria local.
Em um de seus artigos para o jornal “International Herald Tribune”, a crítica de moda Suzy Menkes argumenta que para se apreciar _e entender_ a moda italiana, era preciso estar inserido no contexto sociocultural do país_ algo que dificilmente se faz num fim de semana prolongado.
Ainda de acordo com outra matéria, publicada no “WWD”, as locações que irão concentrar boa parte dos desfiles se concentram na região central, próximo a catedral da cidade.
Camera Nazionale della Moda Italiana: cameramoda.it
Juliana Jabour desfila seu alto-verão em parceria com a Lancôme
O desfile estava marcado para às 21h. Mas cerca de 40 minutos antes do horário previsto, a casa que Juliana Jabour e Lancôme escolheram para celebrar sua parceria _e os 75 anos da gigante de cosméticos_ já se encontrava abarrotada do fiel clã de consumidoras da estilista mineira.
Escolhida embaixadora da Lancôme no Brasil, Juliana tinha uma tarefa um pouco mais complexa do que apresentar apenas uma coleção que dialogasse com o universo da marca: linkar sua jovem clientela com alto poder de compra com os produtos da grife francesa.
Segundo apontam as pesquisas de marketing, a Lancôme possui uma imagem envelhecida no Brasil. Para injetar frescor e renovar a cartela de clientes, nada mais lógico do que se unir com uma estilista de grande apelo entre os consumidores jovens e endinheirados. Deu certo.
Na passarela Juliana apresentou um pouco mais do mesmo. Continua explorando novos rumos com tecidos planos _diferentes das malhas (mais elásticas) que costumam dominar suas coleções_ porém sem mostrar evolução. Os comprimentos curtos, estampas coloridas e profusão de babados e demais elementos femininos permanecem fortes.
O desfile abre com uma espécie de colete-blazer desestruturado sobre macacão vermelho-alaranjado com barra abaloada presa por dentro do abotinado azul. Novidades, mesmo, são poucas: a saia drapeada com colete perfecto em couro, aquela preta com brilhos dourados, os vestidos em tons neutros com amarrações, o bom flerte com alfaiataria, principalmente nos looks finais em branco e preto, às vezes pontuados por azuis acetinados.
Porém, ao tentar agradar suas clientes e seu mais novo parceiro, Juliana parece perdida entre dois mundos. A tentativa de unir os universos se mostrou nebulosa, com ideias embaralhadas e pouco foco.
Escolhida embaixadora da Lancôme no Brasil, Juliana tinha uma tarefa um pouco mais complexa do que apresentar apenas uma coleção que dialogasse com o universo da marca: linkar sua jovem clientela com alto poder de compra com os produtos da grife francesa.
Segundo apontam as pesquisas de marketing, a Lancôme possui uma imagem envelhecida no Brasil. Para injetar frescor e renovar a cartela de clientes, nada mais lógico do que se unir com uma estilista de grande apelo entre os consumidores jovens e endinheirados. Deu certo.
Na passarela Juliana apresentou um pouco mais do mesmo. Continua explorando novos rumos com tecidos planos _diferentes das malhas (mais elásticas) que costumam dominar suas coleções_ porém sem mostrar evolução. Os comprimentos curtos, estampas coloridas e profusão de babados e demais elementos femininos permanecem fortes.
O desfile abre com uma espécie de colete-blazer desestruturado sobre macacão vermelho-alaranjado com barra abaloada presa por dentro do abotinado azul. Novidades, mesmo, são poucas: a saia drapeada com colete perfecto em couro, aquela preta com brilhos dourados, os vestidos em tons neutros com amarrações, o bom flerte com alfaiataria, principalmente nos looks finais em branco e preto, às vezes pontuados por azuis acetinados.
Porém, ao tentar agradar suas clientes e seu mais novo parceiro, Juliana parece perdida entre dois mundos. A tentativa de unir os universos se mostrou nebulosa, com ideias embaralhadas e pouco foco.
De volta para o futuro: anos 1960 ressurgem no verão 2011
Looks 1960s de Pierre Cardin
O foco no corte, na forma e nas superfícies texturizadas deste verão 2011 recolocou os anos 1960 no centro das atenções. Para entender melhor o movimento, é preciso embarcar numa breve viagem no túnel do tempo: pegando carona na Guerra Fria _que teve como efeito colateral a Corrida Espacial_ estilistas como André Courrèges, Paco Rabanne e Pierre Cardin romperam paradigmas, viajaram para o espaço sideral, imaginaram como seria o homem do século 21 e, com isso tudo, revolucionaram a moda.
O mestre Yves Saint Laurent afirmou na época: “A moda nunca mais será a mesma depois de André Courrèges”. E de fato não foi. Aliás, depois de Courrèges e principalmente de Pierre Cardin que, em 1959, escandalizou a indústria ao introduzir a primeira coleção de prêt-à-porter. A ousadia resultou na sua expulsão da Chambre syndicale de la haute couture, mas abriu os caminhos para a moda como a conhecemos hoje.
Os vestidos 1960s de corte quadradão, caimento afastado do corpo, com todo tipo de recortes circulares e mangas orbitais sobre os braços eram ícones não só da Space Age, como também da explosão da cultura jovem. Capacetes aviadores, minissaias, meias-calças coloridas e a inovação dos tecidos sintéticos expressavam o fascínio pela vida no espaço e por todas as possibilidades que as novas tecnologias prometiam para vida na Terra.
Looks de Pierre Cardin
Roupas em forma de protesto. Emancipação feminina que vinha traduzida no corte prático e nos tecidos funcionais, possibilitando as mulheres irem trabalhar, almoçar, jantar, dirigir, cuidar da casa e tudo mais que fosse necessário. Liberdade _de movimento, de ideais, de sexualidade (foi nos anos 60 que a moda unissex também começou a ganhar força).
Quarenta anos depois, o século 21 chegou e continuamos em busca do futuro. A ironia é olhar para trás, para os anos 60, em busca do amanhã: afinal os mesmos conceitos de liberdade de movimento, conforto e praticidade continuam em voga. Menos futurismo e mais funcionalidade. É assim que os anos 60 reaparecem _reinterpretados_ nesta temporada.
Da esquerda para a direita, de cima para baixo: Reinaldo Lourenço, Priscilla Darolt, Alexandre Herchcovitch, Forum e Gloria Coelho verão 2011 ©Agência Fotosite
Traduzido nas formas aerodinâmicas de Reinaldo Lourenço, na aparente simplicidade expressionista das cores de Alexandre Herchcovitch ou na exploração têxtil de Priscilla Darolt. Cortes simples, formas retas e pureza de design que remetem às criações de Courrèges, Cardin e Rabanne.
Londres quer se tornar o principal destino de compras do mundo
Oxford Street, em Londres: um dos principais locais de comércio de moda do mundo, a região passa por uma revitalização bilionária ©Reprodução
Londres está numa fase ambiciosa: além de querer regulamentar o uso de manipulações em imagens de moda (o chamado “airbrush”), a “capital do mundo novo” anunciou que pretende se tornar o principal destino de compras até 2020.
A decisão foi revelada no Parlamento Britânico no início desta semana: “Nova York possui 194 flagship stores de grande imporância, Londres tem 179. Há uma década, Londres era a 6ª principal capital de compras do mundo, atrás de Paris, Milão, Tóquio e Nova York. Hoje, apenas Manhattan impede que o primeiro lugar seja nosso”, declarou Judith Mayhew Jonas, CEO do grupo New West End Company. “Em termos de lançamentos de tendências, West End [Londres] já supera a Fifth Avenue [Nova York]“, completou.
Para atingir sua meta, Londres está investindo pesado: o projeto de revitalização da Oxford Street está custando mais de £ 1 bilhão aos cofres públicos ingleses. Com as melhorias, os pedestres terão 50% a mais de espaço para caminhar entre as ruas Oxford e Regent, além de zonas de entretenimento e um pavilhão que será inaugurado uma semana antes dos Jogos Olímpicos de 2012.
Aqui no Brasil, a rua Oscar Freire passou por um processo de revitalização recentemente que, segundo Rosângela Lira _presidente da Associação de Lojistas_, aumentou em mais de 100% os lucros das lojas e fez saltar de 15 para 110 o número de lojas afiliadas à Associação.
exclusivo: a verdade sobre o mercado de luxo na China
Especialmente para o WGSN, Paul French, um pesquisador de mercado da Access Asia, explicou em que pé está o mercado de luxo na China, atualmente a menina dos olhos das marcas mais caras do mundo.
Apesar da crise global, as vendas de produtos de luxo continuaram fortes na China, que tem um impressionante crescimento anual previsto de 12% a 15%. Mas a fatia do mercado, na verdade, não é tão grande: do total de vendas de varejo no país, menos de 1% vem de marcas de luxo.
Ainda assim, a Ernst & Young estima que US$ 11,5 bilhões possam ser arrecadados nesse filão até 2015, transformando a nação na maior consumidora de produtos de luxo do planeta.
O que explica esse número é a expansão do mercado. Enquanto metrópoles como Xangai e Beijing já tiveram sua cota de novos ricos, províncias que há alguns anos atrás não consumiam nada da Chanel entraram no mapa _é o caso de Chengdu, na província de Sichuan, e Taiyuan, que abriga os “Reis do Carvão” na província de Shanxi.
Basicamente, as grandes marcas seguem a expansão dos bolsos de riquezas, não importando se há um ano a rua que abriga hoje uma flagship Louis Vuitton só tinha uma pequena loja de departamentos _e hoje tem Burberry, Prada, Dunhill…
Dezenas de novas lojas e consumidores pela China devem aumentar as vendas totais, mas as marcas enfrentam um problema curioso nos mercados estabelecidos: o conflito de imagem. Nomes famosos começaram a perceber quedas no crescimento de vendas em Xangai e, de maneira mais sutil, em Beijing, e o por quê é simples.
Quando uma pessoa de uma dessas províncias do interior aparece com uma bolsa Dior, por exemplo, o status da marca diminui aos olhos do cosmopolita da capital, mesmo que os dois tenham alto poder aquisitivo (e talvez uma coleção de sapatos Versace idêntica).
Outra característica interessante é a famosa economia chinesa: mesmo tendo a vontade e o dinheiro para produtos de luxo, muitos chineses ainda escolhem comprar suas peças em lugares com menos impostos, como Hong Kong e Macao _o dinheiro ainda chega na marca, mas agentes e distribuidores locais sofrem.
Conforme os chineses do interior se tornam mais confiantes e presentes mundo afora, os grandes nomes esperam que a fome de luxo se reflita também nos outros lugares que eles escolherem visitar (oi Paris, Las Vegas!), como aconteceu com os chineses das metrópoles e, antes deles, com os japoneses.
Apesar da crise global, as vendas de produtos de luxo continuaram fortes na China, que tem um impressionante crescimento anual previsto de 12% a 15%. Mas a fatia do mercado, na verdade, não é tão grande: do total de vendas de varejo no país, menos de 1% vem de marcas de luxo.
Ainda assim, a Ernst & Young estima que US$ 11,5 bilhões possam ser arrecadados nesse filão até 2015, transformando a nação na maior consumidora de produtos de luxo do planeta.
Em 2015, a China deve se tornar a maior consumidora de luxo do mundo
O que explica esse número é a expansão do mercado. Enquanto metrópoles como Xangai e Beijing já tiveram sua cota de novos ricos, províncias que há alguns anos atrás não consumiam nada da Chanel entraram no mapa _é o caso de Chengdu, na província de Sichuan, e Taiyuan, que abriga os “Reis do Carvão” na província de Shanxi.
Basicamente, as grandes marcas seguem a expansão dos bolsos de riquezas, não importando se há um ano a rua que abriga hoje uma flagship Louis Vuitton só tinha uma pequena loja de departamentos _e hoje tem Burberry, Prada, Dunhill…
Dezenas de novas lojas e consumidores pela China devem aumentar as vendas totais, mas as marcas enfrentam um problema curioso nos mercados estabelecidos: o conflito de imagem. Nomes famosos começaram a perceber quedas no crescimento de vendas em Xangai e, de maneira mais sutil, em Beijing, e o por quê é simples.
A “Vogue China” foi lançada em setembro de 2005, vendeu suas 300 000 cópias e precisou de uma 2ª tiragem
Quando uma pessoa de uma dessas províncias do interior aparece com uma bolsa Dior, por exemplo, o status da marca diminui aos olhos do cosmopolita da capital, mesmo que os dois tenham alto poder aquisitivo (e talvez uma coleção de sapatos Versace idêntica).
Outra característica interessante é a famosa economia chinesa: mesmo tendo a vontade e o dinheiro para produtos de luxo, muitos chineses ainda escolhem comprar suas peças em lugares com menos impostos, como Hong Kong e Macao _o dinheiro ainda chega na marca, mas agentes e distribuidores locais sofrem.
Conforme os chineses do interior se tornam mais confiantes e presentes mundo afora, os grandes nomes esperam que a fome de luxo se reflita também nos outros lugares que eles escolherem visitar (oi Paris, Las Vegas!), como aconteceu com os chineses das metrópoles e, antes deles, com os japoneses.
“Modelo tem que ser alta e magra”, diz sócio da agência Way
“Eu não saberia fazer outra coisa”, confessa Anderson Baumgartner com firmeza na voz. Apaixonado pelo que faz, Dando (como é conhecido pelos amigos) é em primeiro lugar um defensor ferrenho de seus modelos _que ele chama de “meninas” e “meninos”_ e sócio da Way Model Management, uma das principais agências de modelos do mercado de moda brasileiro e do mundo.
Tops internacionais como Alessandra Ambrósio, Shirley Mallmann e Carol Trentini são algumas do seu casting de “mais ou menos 150 jovens de todo tipo de beleza”. O empresário abriu as portas da sua agência _na região mais nobre da Av. Rebouças_ pra me contar um pouco dessa sua trajetória, as dores, as verdades e os mitos por trás da cobiçada profissão.
Como tudo começou?
Quando eu tinha 15 anos, morava em Itajaí (SC) e conheci duas meninas que se chamavam Gisele. Elas tinham uma agência de modelos chamada GG L’Amour e estavam prestes a fazer um desfile para a universidade Univalle, e eu me ofereci para ajudar neste desfile. Me encantei, continuei ajudando sem remuneração, a minha família pegava super no meu pé. Deixava eles falarem e continuava fazendo. A Agência Elite tinha o concurso “The Look Of The Year”. Fui até o fotógrafo Jorge Moura, responsável da minha região, e me ofereci para ajudar. Organizava filas, ajudava a montar as modelos. Até que resolvi vir para São Paulo, ainda durante a época do Morumbi Fashion.
Eventualmente você veio parar em São Paulo.
Em 1998 vim para São Paulo com R$ 250 no bolso. Fiquei batendo na porta da Elite durante uma semana: fui na segunda e mandaram voltar na terça, na quarta, na quinta e na sexta, quando avisaram que não havia vagas. Eu estava na casa de uma amiga, que era modelo de Itajaí e amiga do Zeca de Abreu, que tinha saído da Elite. Ela perguntou se eu poderia ir junto a um jantar, e foi quando ele me contou que estava começando a Agência Marilyn.
Quando tempo ficou na Marilyn e qual foi a sua história lá dentro?
Nove anos. Comecei como assistente de todos os departamentos: da agência de booking _que é a ponte entre cliente e modelo_, do departamento internacional, do material, do new face e do próprio Zeca. Fiquei nove meses nessa posição até virar booker. Depois virei diretor, até que eu e o Zeca resolvemos abrir a Way, em 2006.
E qual motivo te levou a criar um negócio próprio?
A Marilyn tinha um dono francês, que não entendia de agência e era só investidor. Nunca me incomodei em ser funcionário [...] Mas aconteceram contratempos com ele, coisas que não concordávamos, que não vêm ao caso. Eu já havia sido convidado para abrir a Way, e o Zeca quis vir comigo. Tive a surpresa que todo mundo quis ir junto, todas as modelos, funcionários. Umas 150 modelos e 33 pessoas de staff.
O staff continua o mesmo. As modelos continuam até hoje: as que não deram certo voltaram pra casa e algumas novas surgiram.
Quais são os maiores mitos que você precisa quebrar dentro de uma agência de modelos?
Algumas meninas chegam aqui em São Paulo com a família achando que em dois meses elas estarão em capas de revistas, com o bolso cheio de dinheiro. E isso não é verdade. Para ganhar dinheiro de verdade são necessários alguns bons anos de mercado. E tem gente truqueira. Pessoas abordam meninas de 1,60 m [de altura] na rua prometendo que serão modelos. Isso é mentira. A profissão de modelo é isso: tem que estar com a pele boa, cabelo bom, tem que ser alta e magra. Assim como uma jogadora de basquete precisa ter altura, impulso, força.
Financeiramente você está tranquilo?
Engana-se quem acha que dono de agência é rico. Eu, pelo menos, não sou! Os meus modelos estão sempre trabalhando. Enquanto a gente estiver trabalhando para melhorar _digo isso para os meus funcionários_ não temos motivos para preocupação.
Quando a conheci ela tinha quatorze anos. Veio num ônibus de meninos de Panambi, Rio Grande do Sul. Ela é uma pessoa muito boa, tem uma educação impecável, esse lado me conquistou desde o começo. A Carol tinha algo. Começamos uma relação de amizade _quando ela tinha quinze anos a convidei para viajar comigo para Itajaí. Temos uma relação de família, isso nunca mudou. Falo com a Carol todos os dias, mas nem sempre sobre trabalho.
E profissionalmente: como é ser agente da Carol?
Tê-la no meu casting me dá credibilidade. Uma vez a “Vogue Brasil” fez um especial sobre ela e pegamos depoimentos de algumas pessoas. Na época eu recebia e-mails diários com depoimentos de Anna Wintour, Irving Penn, Grace Coddington, Steven Meisel. Até então eu não tinha noção de como as pessoas a viam: uma modelo que veste bem a roupa, que se movimenta bem na frente de uma câmera, mas que também é uma boa pessoa.
Como você enxerga a mudança de limite para a idade das modelos que desfilam no SPFW e Fashion Rio [de 14 para 16 anos]?
Foi maravilhoso. Elas começavam muito cedo, aos 17 já tinham quatro anos de profissão e ainda não haviam se tornado modelos importantes, então desistiam. Aos quatorze elas não têm estrutura, o corpo não está formado. Isso atrapalha o desenvolvimento da menina. Aos dezesseis, elas ainda são adolescentes, mas é visível a diferença.
E a discussão do CFDA a respeito da magreza das modelos?
Tenho uma preocupação grande a respeito. Essas meninas são magras naturalmente. Aos dezesseis anos elas saem de casa desse jeito. Aos dezenove anos elas viram mulheres. A nossa preocupação é que elas lidem bem com isso. Temos psicólogos e nutricionistas para acompanhar. Mostramos para elas que existe um mercado: elas podem ganhar muito dinheiro, viajar para Nova York, fazer Victoria’s Secret, campanhas de cosméticos _que pedem mulheres lindas e com curvas. E ganhar muito mais dinheiro do que se fossem meninas fashion, que, por exigência do mercado, são as mais magras.
Em janeiro deste ano, a Folha de S. Paulo publicou uma matéria sobre a magreza excessiva das modelos, ilustrada por uma foto da Alicia Kuczman.
A Alicia é uma menina que já era assim. A mãe dela, que é nutricionista, tem 87 cm de quadril. Ela tem uma mãe que a ensina a comer bem desde pequena, mas a Alicia tem uma tendência a ser magrinha. Se a saúde psicológica dela foi prejudicada, a culpa é da matéria. O jornalista de um veículo como a “Folha” tem o direito de falar o que pensa, mas a partir do momento em que ele acusa uma menina _porque antes de tudo ela é uma menina_ de ser doente, ele perde toda a credibilidade. Existe sim anorexia na moda, não estou querendo esconder.
Existe uma grande competição entre as agências?
É uma boa pergunta. O Paulo Borges [diretor criativo da Luminosidade] sempre fala uma coisa que é verdade: se as agências de modelo se unissem, tudo seria melhor para o mercado. As modelos não ficariam tanto tempo em uma prova de roupa. Não teriam que trabalhar no meio da madrugada. Mas se a minha modelo não vai para essa prova, a modelo da outra agência vai. Hoje existe uma regra que uma modelo não pode trabalhar mais que 8 horas por dia e apenas até às 22h.
Você está nesse mercado há doze anos. O que mudou?
Elas ganham mais dinheiro no Brasil. Tenho modelos que têm carreira no exterior, mas ganham mais dinheiro aqui fazendo campanhas. Há marcas de cozinha e calçados investindo em modelos, sendo que antes só usavam atrizes. E tendo bons resultados. A mídia tem dado mais valor para elas e o consumidor final também.
E o que tem mudado no mercado masculino?
Os modelos brasileiros ganham cada vez mais importância no exterior. Meninos como Evandro Soldati, Michael Camiloto, Max Motta, Francisco Lachowski, Marlon Teixeira, Thiago Santos… Tivemos muita procura de agências internacionais nos últimos meses. Acho que eles perceberam que temos meninos de todos os tipos.
Liste cinco coisas que uma modelo precisa ter:
1) Altura. 2) Medida. 3) Personalidade. 4) Saber o que quer. 5) Uma boa agência por trás dela.
Cinco coisas que uma modelo não pode ter:
1) Ser modelo só porque a mãe deseja. 2) Chegar em São Paulo e se perder com as distrações da cidade. 3) Deixar o namorado interromper a carreira. 4) Achar que beleza é tudo. 5) Achar que entende mais que o agente.
waymodel.com.br
Europeus consideram Lea T. a primeira supermodelo transexual
“Nós [transexuais] nascemos e crescemos sozinhos”, disse Lea na entrevista. “Depois da operação [de troca de sexo] renascemos, mas novamente ficamos sozinhos. E morremos sozinhos. É o preço que pagamos”.
Boa parte de seu sucesso hoje é devido ao amigo de longa data Riccardo Tisci. Bem antes de se tornar um renomado estilista e diretor de uma das maisons mais conhecidas da frança [Givenchy], foi ele um dos primeiros a reconhecer a personalidade feminina de Lea quando se conheceram na Itália, onde o ainda Leonardo Cerezzo estudava. “Uma noite ele me convenceu a ir a uma festa de salto alto”, contou.
O “Guardian” sintetiza o dilema da brasileira Lea com uma das frases mais impactantes que ela soltou numa entrevista para a “Vanity Fair”: “É uma escolha entre ser infeliz para sempre, ou tentar ser feliz”.
Minimalismo tropical: a resposta do Brasil para a tendência do verão
Adeus, excessos. Na trilha da simplicidade que insiste em dominar as coleções internacionais, o nosso próximo verão vai fugir dos exageros. Mas, para nós, o minimalismo é tropical.
Ele pode ser leve, cheio de bossa e geométrico como mostrou o estilista Maxime Perelmuter no desfile da British Colony. Também pode ser easy e sensual, como fez Andrea Marques. Até mesmo Juliana Jabour _que sempre foi dada aos laços e babados_, diminuiu o grau de frivolidade e favoreceu as peças de alfaiataria em tecidos planos, assim como fez Graça Ottoni (numa de suas melhores coleções).
Sem se levar muito a sério e com o frescor necessário para encarar os termômetros incandescentes do verão brasileiro, o nosso minimalismo tropical é conceitual sem deixar de ser comercial, é global sem deixar de ser regional.
Look do desfile verão 2011 da grife Andrea Marques |
Look do desfile verão 2011 da grife British Colony |
Look do desfile verão 2011 da grife Graça Ottoni |
Look do desfile verão 2011 da grife Iódice |
Look do desfile verão 2011 da grife Juliana Jabour |
Look do desfile verão 2011 da grife Redley |
Look do desfile verão 2011 da grife R. Groove |
Look do desfile verão 2011 da grife Maria Bonita |
Look do desfile verão 2011 da grife Simone Nunes |
Look do desfile verão 2011 da grife British Colony |
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