Vogue Australia November 2011

Paris verão 2012

Contou tudo o que viu e fez durante a semana de moda francesa aqui no site, pelos diários saborosos que escreveu diretamente de Paris. Se você acompanhou, sabe a delícia que foi ler, dia a dia, sobre os desfiles, as festas e as descobertas nos showrooms que pipocam pela cidade nessa época. Aqui, como prometido na revista de outubro, a diretora de redação daVogue faz um resumo delicioso das tendências da temporada do verão internacional – que a gente pode arriscar a colocar em prática já neste que promete ser um caloroso verão brasileiro.

Alfaiataria 2012. Muita camisaria e alfaiataria trabalhada com graça e de uma maneira solta, sem nenhum resquício da rigidez do inverno, com cintura desabada e muita desconstrução. Praticamente todo mundo fez. Acima, os looks de Celine, Chloé e Christophe Lemaire.

Sport Couture. O Brasil é expert em fazer esporte fino, mas em Paris o esporte tem couture mesmo! Stella McCartney misturou telados e formas do esporte a bordados ricos; Sonia Rykiel trabalhou o collant e a Givenchy aplicou a gola pólo no vestido sexy.

Mexico is hot. Sobretudo quando o assunto é decorativismo. A Balmain, desenhada por Olivier Rousteing, interpretou os bordados de flores típicas em paletós e vestidos. Até o desfile supercouture e super-romântico da Valentino teve inspiração mexicana! À direita, look rendado de Isabel Marant.

Do fundo do mar. Prepare-se para ver muitos perolados, muito furta-cor, verde, azul e salmão. E também couros de salmão, leão marinho e arraia. Acima, a ideia interpretada pela Chanel, que fez seu desfile numa passarela fantástica, recheado de conchas cenográficas; Gisele de couro de peixe para a Givenchy e os mosaicos perolados de Paco Rabanne, que pareciam imitar o movimento da água.

Romance no ar. Depois de um inverno super-rígido e fetichista, todos merecemos um pouco de doçura e delicadeza. E é aí que aparece toda a expertise dos ateliês de costura de Paris. Palmas para Valentino, Giambattista Valli e ao rei dos reis de Paris: Marc Jacobs para Dior… Ops, Vuitton! É da LV o look diáfano da esquerda; de Valli o brocado do centro e da Dior o rosé da direita.

Jean-Paul Gaultier cai no samba na quadra da Mangueira

Como você leu aqui, em furo do nosso colunista Bruno Astuto, o estilista francês Jean-Paul Gaultier está no Brasil. Como era de se imaginar, ele iria querer conhecer ainda mais do País de que tanto gosta e que já visitou diversas vezes. Mas, como ninguém poderia prever, ele foi a fundo: caiu no samba em alto estilo.

Em visita à quadra da Mangueira, na noite de sábado (08.10), Gaultier tocou tamborim comAlcione e sambou com a rainha da bateria da escola. Não era uma noite qualquer, e sim a da escolha do samba enredo do Carnaval de 2012. Incentivado por Ivo Meirelles, presidente da Mangueira, ele entrou na sintonia e até provou o cocar que representa o Cacique de Ramos, bloco tradicional do Rio que é tema da escola no ano que vem.

O enfant terrible era só sorrisos no passeio, que fez acompanhado de, entre outros, sua anfitriã, a brasileira Bethy Lagardère, e de Farida Khelfa (acima à direita), a diretora do documentárioJean-Paul Gaultier – Quebrando as Regras, que eles vieram lançar no Festival do Rio. Neste domingo, o estilista segue com sua vida carioca: deve ir à Parada Gay em Copacabana.

Já viu a primeira capa de revista com Naomi Campbell?

O que você vê acima é, quem diria, a primeira capa de Naomi Campbell. Quem divulgou a informação e a foto foi o diretor de moda da revista W, Edward Enninful. “A primeira vez que vi minha garota Naomi Campbell. Sua primeira capa… 85, 86?”, escreveu ele pelo Twitter. A imagem da direita é bem recente: foi clicada no último 02.10: a top tem 41 anos hoje.

Dali, Naomi iria fazer história no mercado de moda e de modelos. Ela foi a primeira mulher negra na capa da Vogue francesa, em 1988. E estava entre as sortudas modelos dos anos 90 que acabavam de ganhar um inédito status: o de supermodels.

Em agosto de 1988 na Vogue francesa: primeira negra na capa da revista. Na Vogue britânica, capa icônica das supermodels, em janeiro de 1990.


Em 2008, ela liderou a turma de modelos negras que participou da histórica edição da VogueItalia: A Black Issue. Nessa época, seus processos por agressão já eram conhecidos. Sua carreira arrefeceu de leve, mas nunca cessou. A prova é que, neste mês, ela está na capa da revista independente Lurve. Com olhos pintados de preto e corselete transparente, ela mostra um rosto lindamente amadurecido – mas bem diferente da inocente Naomi dos anos 80, não?