Falta pouco para que Sabrina Sato faça sua entrada na passarela do samba. Rainha da bateria da Gaviões da Fiel e madrinha da Vila Isabel, ela atendeu o telefonema da Vogue na noite da sexta-feira que antecede o Carnaval (17.02) logo após uma aula de samba com Dandara, musa da escola de samba carioca, cuja lista de alunos inclui a top model Gisele Bündchen. “Eu sei sambar”, disse Sabrina, “mas ela me ensina a manter a postura, a movimentar os braços”, completou. Depois, nos contou um tantinho de sua corrida rotina durante a data.
Desfilando em São Paulo e no Rio, como consegue manter o samba no pé sem descer do salto?
Tenho algo como 24h entre um desfile e outro – e gosto de ver as outras escolas de samba! Por isso, não descanso quase nada. O desfile da Gaviões, que é a penúltima escola a desfilar em São Paulo, deve acabar por volta das 6h. Saindo de lá, tomo uma ducha no hotel Holyday Inn, que fica ali do lado do sambódromo, e vou para o aeroporto, pegar o vôo das 08h na ponte aérea para o Rio. Chegando lá, provo a fantasia, vou para meu apartamento e durmo até a hora de me arrumar para o desfile da Vila Isabel.
Qual foi sua preparação para o Carnaval?
De alimentação, nenhuma. Saí de férias e fui para Aspen, Miami, depois para Disney e comi muito – só de voltar e ir aos ensaios já perdi três quilos. Um dia antes dos desfiles evito comer feijão, ovo, alguns tipos de grão e tudo aquilo que pode causar inchaço.
Como são as fantasias?
A fantasia que usarei em São Paulo é inteira de acrílico, uma coisa meio Thierry Mugler. De tão grande que ela é, teve que vir de van para São Paulo, pois não coube dentro de nada que pudesse ser despachado por avião. Já a fantasia que uso no Rio tem referências africanas, então vou estar coberta de bichos, mas não é nada de verdade, tá?
Quais são os truques que você usa para desfilar?
Além do esparadrapo nos pés, tomo Carbogel, um suplemento supercalórico que me dá mais energia para o desfile. E tem a pausa para a água no recuo…
Como fazer para chegar no fim da avenida com a fantasia?
Não tem como as minhas fantasias saírem do lugar. Elas são muito bem presas, através de várias costuras em lugares diferentes. A sandália, por exemplo, eu já provei umas 500 mil vezes.
A pior coisa que pode acontecer para uma modelo é cair na passarela. E para você, na avenida?
Cair também. Aliás, em qualquer lugar [risos], mas na avenida tem muito óleo no chão. O melhor jeito de lidar com a queda é levantar devagarinho, para não cair de novo, e sair sambando.
Qual é a primeira coisa que faz depois de um desfile?
Arranco a fantasia, que já não aguento mais usar, vou ao camarim, me limpo com lencinhos umedecidos, encho a cara e comemoro.
