Enquanto o grupo Educafro (Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes) protestava na porta de Bienal, onde acontece o São Paulo Fashion Week, por aumento da cota de negros nos desfiles de 10% para 20%, a top porto-riquenha Joan Small afirmava no backstage da Animale que vê mais diversidade na indústria da moda.
Joan é a 5ª maior modelo no mercado hoje, de acordo com ranking do site models.com, e uma das duas negras no desfile da Animale, que abriu a programação desta edição da semana de moda de São Paulo.
A modelo afirmou nunca ter sofrido preconceito ou deixado de trabalhar por ser afrodescendente. Segundo ela, o mercado tem se mostrado mais aberto para a diversidade. “É algo que tem acontecido gradualmente. A indústria está mudando e nós temos que valorizar, notar a agradecer aqueles que têm feito isso”, disse.
Ela cita, como agentes desta mudança, marcas como a Estée Lauder, de cosméticos, que a contratou para suas campanhas de beleza, ao lado da chinesa Liu Wen e da francesa Constance Jablonski, e Riccardo Tisci, estilista da Givenchy e principal responsável pela fama da transexual brasileira Lea T.
O ranking das 50 maiores modelos inclui, além de Joan, apenas cinco outras negras: Jourdan Dunn (16º lugar), Arlenis Sosa (25º), Chanel Iman (31º), Ajak Deng (44º) e Anais Mali (49º). Totalizando 12%, pouco acima da cota obrigatória estipulada pelo Ministério Público brasileiro em 2006.