O lançamento das novas parcerias da Chilli Beans encheu o lounge do Clube SPFW na tarde desta quinta-feira, 17 de junho. Os estilistas Isabela Capeto e Ronaldo Fraga, além de Alexandre Herchcovitch (que já assinava uma linha em parceria com a marca), imprimem suas assinaturas aos óculos da grife, assim como o músico Carlinhos Brown.
Durante o lançamento, Paulo Borges, diretor do SPFW, se juntou a Carlinhos Brown, Ronaldo Fraga e Caito Maia, dono da Chilli Beans, para um debate mediado pelo jornalista Xico Sá. Confira os destaques do encontro:
Passado
Paulo Borges: “Há 15 anos eu estava na minha primeira semana de moda, explicando para todos qual era a função dela, o que o Brasil ganharia com ela e quais eram seus objetivos. Sempre vi potencial no país e procurava explicar isso aos outros de uma maneira realista. Acontecia em Londres, em Nova York, e também podia acontecer aqui. Sempre soube que era possível.”
Caito Maia: “Há 15 anos eu tinha um estúdio e sonhava em ser músico e vender óculos. Nunca imaginei que poderia participar de um projeto como esse da Chilli Beans e fazer parcerias com estilistas e artistas. Deixamos o mercado careta de lado e produzimos peças com total liberdade de criação.”
Futuro
Paulo Borges: “Quando penso no futuro já estou planejando as próximas edições do SPFW. O tempo todo estou tentando me desapegar do agora e me apropriar do amanhã. Minha rotina é olhar para frente, planejar o que há por vir. Há 15 anos eu acreditei naquele Brasil patriótico e nacionalista colocado pela ditadura, isso porque na época do regime eu ainda era menino. O Brasil deve ser um país de ações globais. A vibração da nossa semana de moda é muito intensa e isso se destaca aos olhos estrangeiros que conhecem o SPFW pela primeira vez.”
Democratização da moda
Ronaldo Fraga: “A moda promove a democratização, mas não podemos nos iludir, porque ela também segrega. Temos outros entraves hoje em dia e a as fórmulas caíram por terra. A liberdade do mercado é enorme.”
Paulo Borges: “Penso no SPFW como um instrumento para discutir a cultura de moda no país. Por isso cada edição tem um tema, elas servem de desculpa para trazermos debates para a sociedade. Nós transmitimos os desfiles que acontecem aqui na Bienal ao vivo pela internet há 10 anos, e a semana de moda de Nova York começou a fazer isso há 1 ano. A era digital tornou o mundo pequeno, as culturas globalizadas. Atualmente existe uma anarquia, porque enquanto o jornalista escreve sobre um desfile, aquele que trabalha com internet já publicou e quem tem perfil nas redes sociais já emitiu sua opinião.”