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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Première Brasil reúne indústrias têxteis de 17 países em São Paulo

Fórum de tendências da 6ª Première Brasil.


Nos dias 4 e 5 de julho, São Paulo recebe a 6ª Première Brasil, evento da indústria têxtil que reúne destaques em fios, fibras, tecidos, desenhos têxteis e acessórios produzidos por 17 países da Europa, Ásia e América Latina. Nesta edição, 139 expositores, 15% mais que em julho de 2011, apresentam suas propostas para a temporada de inverno 2014. “Na feira, o público pode encontrar o que estará nas passarelas brasileiras em outubro do ano que vem. O país está recebendo, em primeira mão, o que os expositores europeus mostrarão em Paris só no mês de setembro durante a Première Vision”, disse Natalie Oliffson, representante da Première Vision na América Latina.
Para a gerente da Première Brasil, Carolina Riente, o principal destaque desta edição é o aumento da participação dos expositores latino-americanos. “Saltamos de duas para nove empresas, vindas de países como Uruguai, Chile, Argentina, México e Peru – o recordista da região, com cinco representantes”. Segundo ela, esse crescimento decorre do aquecimento do mercado nacional. “As indústrias locais não dão mais conta de atender à demanda interna, o que faz com que outros produtores venham para cá”, explica.
Entre os expositores estrangeiros, a Turquia ocupa o segundo lugar em número de empresas representadas com 13 instituições, atrás apenas da Itália, com 22 marcas. “O setor de confecção brasileiro é enorme e o nosso produto, diferenciado. Como os nossos produtos são de qualidade superior, não há competição com o industrial local. O mercado do Brasil só tem a ganhar com a entrada dos tecidos turcos”, disse Ramazan Kisa, cônsul comercial da Turquia no Brasil.
No entanto, as empresas nacionais não veem com bons olhos a entrada crescente de produtos internacionais no Brasil. Números da balança comercial divulgados nesta quarta-feira, 4 de julho, pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) mostram que o setor importou 3,3 bilhões de dólares no primeiro semestre do ano, o que representa um crescimento de 39% nas importações de vestuário. Esse aumento é um dos fatores de enfraquecimento da produção têxtil nacional, que recuou 12,82% entre janeiro e maio de 2012, de acordo com dados do IBGE.
O diretor comercial da Cedro, Luiz César Guimarães, acredita que a solução para o problema é o fortalecimento indústria têxtil nacional, e não por barreiras comerciais que impedem as importações. “Somos a favor de uma competição sadia, em que tecidos brasileiros e importados cheguem aos consumidores em condições isonômicas”, afirmou. Para isso, segundo o diretor, são necessários investimentos, revisão da carga tributária por parte do governo e qualificação da mão de obra, entre outras medidas.