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terça-feira, 3 de julho de 2012

Diário de couture, inverno 2013: Chanel, Armani, o jantar da Vuitton e + do dia 2

A diretora da Vogue, Daniela Falcão, com Donata Meirelles e Bruno Astuto, diretora de estilo e colunista da revista, respectivamente, no desfile couture da Chanel, nesta terça-feira (03.07) em Paris

 Dia 2 da semana de couture (são só 3, mais um dia de apresentação apenas de haute joallerie), ufa… E eu que achei que porque estava de férias tudo seria mais tranquilo… Bom, apesar das minhas boas intenções e de ter pedido para ser despertada às 7h para dar a corridinha de lei nas Tuileries, preciso admitir que o sono de deu um nocaute. Só acordei 8h20, já meio atrasada para um café da manhã no Ritz com Anna Harvey e Alexandra Harnden, minhas diretoras editoriais que vivem, respectivamente, em Londres e Paris. Sempre que estou aqui para os desfiles, damos um jeito de bater um papo. E apesar de ter atrapalhado minha corridinha no parque, convenhamos que café da manhã no Ritz não é assim um fardo. Primeiro porque o hotel é lindo e vai fechar para uma reforma de dois anos, então qualquer chance de passar por lá para guardar na memória está valendo. Segundo porque Anna Wintour fica lá, e Franca Sozzani, Anna Dello Russo, Peter Marino, Nick Knight e mais uma penca de big names da elite da moda (my boss Anna Harvey incluída). Isso sem falar em Gwyneth Paltrow, Madonna e quem mais der as caras pela cidade nesses dias – no meu hotel, por outro lado, uma penca de adolescentes franceses montaram acampamento atrás do um snapshot de uma banda chamada… The Wonders… Ou algo com W, de que não me lembro mais.

Bom, o café durou uma eternidade, mas foi ótimo. Colocamos vários assuntos em dia e quando acabou só deu tempo mesmo de dar uma passada express na livraria Galignani pra comprar a versão americana do Fifty Shades of Grey. Imagine minha cara de envergonhada tendo que pedir para vendedores que são verdadeira sumidade em livros de arte, moda e arquitetura onde ficava um paperback que fez fama no mundo inteiro por inventar o termo mummy porn. Nunca ouviu falar? Bom, então espera pra saber minha opinião na Vogue de agosto.
Chamado de 'New Vintage', o desfile da alta-costura de inverno 2013 da Chanel  

De volta a Paris, feita a compra da “obra prima” tive de voar pra Chanel, porque não queria me atrasar. Cheguei ao mesmo tempo que Donata Meirelles e Bruno Astuto, se tivéssemos combinado não haveria tanta sincronia. O desfile foi na parte de cima do Grand Palais, bem menor, com jeito de chá da tarde num palácio neoclássico de paredes cinzas. Petit fours e champanhe nas mesas, naquelas taças antigas com borda aberta, perfeitos para transportar para você para longe dali. No caminho até a sala de desfile, mil camélias fake iguais às que os vendedores colcoam enfeitando as sacolas quando você faz compras por lá. Bruno quase chora, se você conhece a figura, sabe do que estou falando.
O desfile couture de inverno 2013 da Chanel começou com o casaco de tweed desconstruído em estilo mendigo (literalmente, vários remendos em patchwork podrinho de propósito) em variações de rosa, cinza e preto… Todo o desfile meio que flutuou nessa cartela, com direito também a furta-cor e branco, por isso prepare-se para daqui a seis meses se deparar com araras lotadas de rosa bebê combinado com cinza nas araras da Zara da vida. A parte mendigo entretanto, se limitou ao início do desfile, e depois Karl Lagerfeld deitou e rolou em vestidos maravilhosos e conjuntos de terno idem, com brilhos pontuais e bem-vindos, afinal, é couture e a gente gosta.
La Choupette, a bolsa da maison francesa que leva o nome do gato de Karl Lagerfeld   

A nova bolsa é toda de lã e bem mole, foi batizada de Choupette em homenagem ao gato de Karl e, segundo lembrou Sophia Alckmin, que também assistiu ao desfile, lembra muito a Falabella, bolsa recente de Stella McCartney. Mas Karl é kaiser e aqui ninguém fala em cópia… O que se fala mesmo é em sua obsessão pelo tal gato – gato no sentido literal, um animal que ele ganhou de presente há menos de um ano e que virou objeto de toda sua afeição. Segundo Suzy Menkes me contou mais tarde numa rodinha animada por Bandana Tewari, da Vogue India, Karl está monotemático e chegou a fazer confissões embaraçosas a ela sobre sua nova paixão… Too much information.
De lá fomos almoçar com Marie Laure Clos-Solari e Nathalie Rumpf, as PRs da Chanel, no Le Matignon. Fiquei sabendo que a Evelyse Britto, que nos últimos dois anos foi diretora-geral da Chanel no Brasil, deixou o cargo para se juntar à Tory Burch, que tem planos ambiciosos de conquistar o Brasil (e qual marca internacional hoje em dia não tem essa ambição?). Em seu lugar, assume uma diretora de moda dos quadros da Chanel na França, mas que estava no Canadá atualmente, onde a Chanel vai muito bem, obrigada. Sandrine é seu nome, uma senhora simpática e a cara da Chanel, que já está sendo ciceroneada em São Paulo por Cicila Street, a eterna diretora de boutique da grife, desde os tempos da Daslu.
Nos desfile de Stéphane Rolland, quem roubou os flashes foi o casal Kanye West e Kim Kardashian 
 De lá fomos eu e Sophia Alckmin para o desfile de Stéphane Rolland, um nome tradicional da couture aqui, amado pelas poderosas do Oriente Médio, que faz de fato ótimos vestidos para o red carpet, ora fluidos com muitos babados, ora cheio de volumes esculturais. Donata foi almoçar com Cicila e amigos (e o Nizan Guanaes!), Bruno cuidar de sua participação superespecial no programa da Ana Maria Braga. Apesar do atraso e do calor insuportável na sala de desfiles no Trocadero, foi um belo show… Pena que o que todo mundo vai lembrar amanhã é da entrada apoteótica de Kayne West e Kim Kardashian no meio do desfile, roubando todas as atenções. De lá o casal foi para o L’Avenue, carregando uma penca de paparazzi na cola. A gente viu tudo porque estava na Céline, ali do lado. Não resisti, quebrei a promessa e comprei a bolsinha 3 em 1 que namoro desde a saison passada, agora maior (e mais cara) e em vinho. Bom, c´est la vie… Não dava para vir a Paris e não fazer nenhuma comprinha (ok, ontem já havia arrematado uma thong da Burberry, mais foi uma pechincha, com liquidação de 50%!).
Na Armani Privé, uma coleção que começou no dia e terminou na noite. Na fila A, Roberta Armani recebeu Sophia Loren
 Bom, a essa altura já tinha encontrado a Donata e fomos para o desfile da Armani Privé. Já na porta nos deparamos com Sophia Loren e Zoe Saldana, as grandes estrelas do show no quesito celebridades. Sophia sentou ao lado de Roberta Armani, a filha de Giorgio que hoje toca o business e o estilo da grife do pai. O show me surpreendeu, afinal Armani entrou na couture recentemente e seus desfiles de prêt-à-porter fazem mais a linha básico chique. Já tinha assitido a uma apresentação de couture e achado básica demais, mas esta surpreendeu com vestidos e calças (elas de novo, haja festa de gala com calça no próximo inverno europeu!) que iam da manhã (rosa e azul bebê, olha o tom da Chanel de novo) para o fim da tarde (com fúcsia, furta-cor e roxo), até chegar a noite com vestidos de gala riquíssimos e cheios de pedrarias, como deve ser na couture. Houve vários aplausos no meio da apresentação, sempre que entrava um vestido mais uau… A divisão dos looks lembrou o que a Osklen fez em seu desfile. Roberta Armani estava exultante e, de fato, foi uma bela apresentação. Usaria vários daqueles looks, sobretudo os da tarde (havia uma jaqueta estilo Chanel toda de pedrarias bordadas que eu iria encomendar no backstage mesmo, se tivesse cacife para isso).
Baguette, o icônico modelo de bolsa da Fendi, virou um livro que foi lançado na Colette. Por ali, Silvia Fendi, Olivia Palermo e seu namorado, mais biscoitinhos no formato da it bag
 De lá fomos para a Colette, onde Silvia Fendi recebeu poucos e bons para o lançamento do livro Baguette pela Rizzoli, contando a história da it bag mais clássica da marca, que agora voltou com tudo. Chegamos cedo e foi ótimo porque deu para conversar muito com Silvia e mais todo o time da Fendi. Pensei em levar a t-shirt que o Karl Lagerfeld desenhou especialmente para a Colette, com várias baguettes desenhadas, iria dar de presente para Yasmine Sterea, nossa super fashion editor que se casa neste sábado, mas o preço estava proibitivo, mesmo para alguém que vai carregar a culpa de faltar à cerimônia como eu… Tudo em nome da moda.
Catherine Baba, ao lado de Bruno Astuto, lançou sua coleção de bijoux, enquanto a top Anja Rubik lançava sua 25 Magazine
 Na mesma Colette havia ainda o lançamento das joias da exótica stylist australiana Catherine Baba para a Gripoix (Vogue já deu, você leu?). As joias são bijoux com preços meio salgados, mas Baba argumentou que faz cada peça ao gosto do freguês, no espírito da couture. Então ok, né? A top Anja Rubik também estava lançando sua 25 Magazine na mesma noite, então imagine que todo mundo passou pela Colette. Do estilista sensação Haider Ackermann a Olivia Palermo, Delfina Delettrez e Bianca Brandolini. Catherine Baba, by the way, fez styling especial para a Vogue Brasil, num belo ensaio clicado em Cannes pelo nosso Philippe Kliot. Confira em breve!
Para brindar sua primeira boutique dedicada à joalheria, na Place Vendôme, a Louis Vuitton fez megajantar no Ritz. Vesti um Prada e fui. Na nossa mesa, Priscila Monteiro, da LVMH; Bruno Astuto; Donata Meirelles (de Givenchy) e Bianca Benoliel

Bom, não pude ficar no coquetel o quanto desejava, porque hoje foi a abertura da primeira boutique de haute joallerie da Louis Vuitton na Place Vendôme, com direito a jantar na piscina coberta do spa do Ritz, seguido de show do Jamie Cullum. Todo mundo que você imaginar passou por lá, das Courtin-Clarins sisters a Sofia Coppola, Catherine Deuneuve, Natalia Vodianova e a princesa Charlene de Mônaco (Bruno quase morre). A boutique é de Peter Marino, chique e arrojada como quase tudo o que ele faz. O jantar foi uma delícia, sentamos com a equipe de PR do Brasil, e os vinhos, vejam só, eram do Chateu dÝquem, badalada vinícula do grupo LVMH. Amanhã começa tudo de novo… se deus quiser, com meu jogging nas Tuileries! (DANIELA FALCÃO)
MAIS: Abaixo, confira os relatos de Paulo Mariotti e Alline Cury, correspondentes da Vogue Brasil em Paris, sobre os desfiles de Alexandre Vauthier e Julien Fournié, e a visita ao ateliê da Christian Dior.
O francês Alexandre Vauthier apresentou sua couture de inverno 2013 no Musée d'Histoire Naturelle
 O francês Alexandre Vauthier apresentou no Musée d’Histoire Naturelle uma coleção extremamente feminina onde as assimetrias, os tecidos fluidos e a forte presença do dourado foram os pontos fortes. Entre vestidos curtíssimos, calças saruel de cintura alta, macacões acinturados e longos assimétricos, as peças de Vauthier esbanjam sensualidade e glamour. Correntes douradas completam os looks, seja em forma de colares, de cintos ou de pulseiras. Se os shapes flertam com os seventies a associação dos nudes, brancos e dourados remetem a uma estética orientalista. As peles estão novamente presentes na coleção e reforçam o espírito red carpet que já se tornou marca registrada do estilista. Na fila A, Chris Pitanguy parecia entusiasmada com a coleção e, se conheço bem o gosto das brasieliras, as peças do francês devem aparecer em breve nas festas do grand monde nacional.
A coleção de Julien Fournié, com uma feminilidade teatral e acento eighties
 Gráficas, futuristas e supercoloridas, as silhouetas de Julien Fournié são feitas para chamar a atenção. Os magentas, amarelos ácidos, azuis cobalto e lilazes contrastam com o preto – fosco, transparente ou coberto de paetês. As saias e os vestidos predominam nessa coleção que aposta numa feminilidade teatral com sotaque anos oitenta e festivo. Fournié faz parte dessa jovem geração de estilistas que acredita numa moda lúdica e não tem medo de dizê-lo em alto e bom som. (PAULO MARIOTII)
Para terminar, Rosangela Lyra fez visita guiada pelo ateliê da Dior. Incrível!
 Fui com Rosangela Lyra ver de perto a coleção da Dior. Ao chegar, demos de cara com o Raf Simons, que foi um querido e fez questão de cumprimentar um a um. Batemos um papo rápido sobre o desfile e ele se derreteu pra Catherine Riviere (diretora da haute couture), que lhe deu um buquê enorme de rosas. Depois vimos os vestidos desfilados de pertinho, em umas das salas superprivés que recebem as clientes de couture. Um privilégio. (ALLINE CURY)