A primeira vez a gente nunca esquece. E foi assim que Vitorino Campos
fez sua estreia no SPFW – uma estreia para ficar marcada em sua
história. Não Tradução, nome da coleção do estilista baiano, trata das
coisas que as palavras não conseguem
traduzir. Para ilustrar, Vitorino criou óculos que traziam a ideia de um
fechar os olhos e olhar para dentro, para ver coisas mais profundas.
Aline Weber abriu o desfile com um look preto total, cor que, ao lado do
branco, dominou a passarela. O minimalismo deu o tom e a primeira parte
do desfile foi inteiramente P&B, sem detalhes. Em um segundo
momento, linhas apareceram nas peças, com preto no branco e branco no
preto. O pêssego também deu as caras, mas não imperou. Vitorino mostrou
sua mulher passeando entre a feminilidade extrema (com vestido
acinturados e saias rodadas) e a rigidez (nas calças cigarrete e tops
estruturados com mangas que lembravam quimonos). Para fechar a coleção, a
questão da profundidade surgiu com uma imagem de um losango, que dava a
impressão de um alvo, um foco. Por fim, vale ressaltar que todas as
peças foram feitas de seda italiana, inclusive no forro. Detalhes que
fazem a diferença no caimento e acabamento impecável.