“Por que eu existo?”, pergunta o francês Christian Boltanski, um dos mais importantes artistas da cena contemporânea, conhecido por discutir temas como a identidade, o destino e o acaso. Possíveis respostas estiveram na 54.ª Bienal de Veneza e poderão ser vistas na exposição Chance, aberta a partir da última sexta-feira (18.05), na Casa França Brasil, no Rio de Janeiro. Lá se pode ver “A Roda da Sorte”, uma grande engrenagem que remete às antigas rotativas de jornal, na qual se movimentam retratos anônimos de bebês. De tempos em tempos, uma sirene toca e o sistema para. Em seguida, uma das imagens – aleatoriamente eleita pelo computador – é projetada numa grande tela. A existência humana é uma roda da fortuna, como o próprio nome da mostra anuncia.
Instalações como essa tornam a mostra imperdível. Outro exemplo? “Ser de Novo”. Com o objetivo de reafirmar que somos um grande quebra-cabeças, Boltanski montou uma espécie de caça-níquel em que milhares de rostos de crianças e velhos se mesclam. (Note: a possibilidade de encontrar todas as partes de um mesmo rosto é de uma para 20 mil. Na versão veneziana, somente um visitante conseguiu a façanha).
Instalações como essa tornam a mostra imperdível. Outro exemplo? “Ser de Novo”. Com o objetivo de reafirmar que somos um grande quebra-cabeças, Boltanski montou uma espécie de caça-níquel em que milhares de rostos de crianças e velhos se mesclam. (Note: a possibilidade de encontrar todas as partes de um mesmo rosto é de uma para 20 mil. Na versão veneziana, somente um visitante conseguiu a façanha).
Em um canto desse mesmo espaço é possível ver uma projeção com dados reais sobre o número de nascimento e morte em todo o mundo: hoje nascem seis pessoas por segundo, enquanto morrem quatro. No outro canto, a imagem de um bebê vai se metamorfoseando até a vida adulta. Apesar de usar a infância como “matéria-prima” para suas obras, o francês não traz obras leves e nostálgicas de um doce período da vida: “Trata-se apenas da primeira parte de nós que morre, sempre”.
Depois de participar da abertura da mostra no Rio, o artista passou a sexta-feira (18.05) em São Paulo a convite da Citroën, para quem ministrou um workshop no final do dia.