A segunda-feira (03.10) em Paris começou com o desfile de Stella McCartney,no Palais Garnier. Adoro o desfile dela por vários motivos: é de manhã, quando a gente está fresh, de banho tomado e cabeça livre.
A apresentação é relaxed, cool, com luz natural, modelos lindas e make natural. Stella mostrou uma alfaiataria soft, apostou com força na estampa de cashmere estilizada e no mix de prints na mesma peça. Não abriu mão de mangas compridas e nem de tricôs – uma amostra das coleções de verão excepcionalmente invernais que vêm sendo exibidas, enquanto lá fora o outono parisiense é puro calor. Sorte das brasileiras que vão poder comprar peças do verão europeu e usar no inverno brasileiro.
Se Gisele Bündchen, capa da Vogue de julho, foi o destaque do desfile da Givenchy no domingo (03.10), a estrela da edição de outubro Candice Swanepoel roubou a cena no desfile de Stella.
Dali, fui correndo para o bar do Plaza Athénée, encontrar Paul Deneuve, CEO da Yves Saint Laurent, que estava curioso para saber da Vogue Brasil o quanto os brasileiros conhecem deStefano Pilati, estilista da maison que abre loja em São Paulo, em 2013. Deneuve recomendou (e muito) o vídeo de making of da Lanvin, onde ele trabalhou antes de chegar à YSL, com Raquel Zimmerman e Karen Elson dançando. “Quando quero me sentir melhor, assisto ao filme”, contou o CEO, que vem ao Brasil em novembro decidir qual será a sua equipe no País.
Depois, foi a vez do desfile de Giambattista Valli, com a plateia que reuniu a maior concentração de it girls por metro quadrado – Margherita Missoni e Olivia Palermo, entre elas – além de chiques como Andrea Dellal, Donata Meirelles, todo o establishment da moda e Anna Dello Russo chegando atrasada com vestido de bolinha Stella McCartney (que Gisele usou na capa da Vogue de julho). O desfile foi o mais decorativista, com o mesmo mix de prints de texturas visto na passarela de Stella – ainda que sejam estilistas opostos –, milembroideries, zebra, brancos com brocados, muito adamascado. Lindo, mas parece que uma menina entrou no closet da avó, cortou o vestido e saiu para passear. As joias do desfile eram assinadas por Luigi Scialanga, que ganhou perfil na Vogue Brasil assinado por Bruno Astuto, e acompanhava Lee Radzwill, irmã de Jackie O. Hamish Bowles, editor contribuinte da Vogue americana, encontrou Donata na plateia do desfile, avisou que desembarca em São Paulo em novembro e que adoraria encontrar o time da Vogue Brasil para um drinque.
Ainda consegui ir à Carven, loja-hype-do-momento, comprar um presente para a editora de moda da Vogue Adriana Bechara. De lá, segui para um almoço no La Societé com Andrea, Charlene, Donata, Bruno e Fernanda de Goeye. Na mesa ao lado, o estilista Olivier Theyskense o superfotógrafo Peter Lindberg com o time da Vogue alemã; na da frente, Roberto Cavalli e sua família.
À tarde foi a vez da Chloé. O desfile foi na “sauna” das Tuilleries, a sala de desfiles mais torturante que já inventaram, uma verdadeira estufa. Mas fez-se milagre e colocaram ar-condicionado. Do lado de fora, sucos e macarons sendo servidos. Os sucos somem, os macarons ficam. Culpa da anorexia das fashionistas? Não, do calor! Tivemos uma bela surpresa no desfile: Clare Waight Keller (ex-Pringle of Scotland), estilista que substituiu Hannah MacGibbon na direção criativa da grife, explorou ícones de feminilidade que são característicos da Chloé, mas sem ser tão literal, e soube misturar tons com maestria. Como disse Costanza Pascolato, ela é uma excelente colorista.
Saindo de lá, passei na expo da Louis Vuitton no empório de animais empalhados Deyrolle, em comemoração aos cem anos dos acessórios de couro da maison, como carteiras e cintos. Para a mostra, a artista inglesa Billie Achilleos criou animais com peças da LV. O resultado é surreal. A grife está armando com a Vogue Brasil uma superhistória de beachwear que você verá nas páginas da revista no início do ano que vem.
Já na plateia da YSL – como era chique o pátio do desfile – me sentei ao lado da superartista plástica americana Cindy Sherman. Pilati pode ser o rei da alfaiataria, mas finalmente se inspirou nas cores do mestre Saint Laurent e em seu rico arquivo para levar à passarela tons preciosos. Pena que foi um desfile enxuto.
Dali para o jantar da Vogue e Vanity Fair no restaurante Thoumieux. Me sentei ao lado deOlivier Rousteing, que comemorava as boas críticas do seu primeiro desfile à frente da Balmain, enquanto Giovanni Frasson, perto de Alexander Wang. Descobri que Olivier tem apenas 25 anos e passou cinco deles na Cavalli. Mais: foi adotado por uma família francesa e não conhece seus verdadeiros pais – eu e Giovanni temos certeza de que ele só pode ser brasileiro. O estilista está louco para ir ao Brasil quando a Balmain abrir sua loja, em abril do ano que vem.