Quinta-feira, 01.09.2011: a grande noite de Madonna. Ela estreia no 68º Festival de Cinema de Veneza o seu W.E. O filme conta a história do rei Eduardo VIII, que abdicou do trono britânico pelo amor da americana Wallis Simpson.
A cantora/diretora causou alvoroço com seu longo azul claro, enfeitado com borboletas bordadas a partir de pequenas contas, da maison Vionnet (foi do arquivo de Madeleine Vionnet, inclusive, que saíram as referências para o figurino do filme). Ela o combinou com sandálias de cetim vermelhas e óculos escuros com aro também vermelho – assim como o batom. O cabelo segue a linha anos 40 do visual, que inclui joias e uma delicada bolsa de mão com brilho – tudo como deve ser para o tapete vermelho.
Update: as joias que Madonna usa são da Cartier, assim como as que aparecem no filme, que são réplicas das verdadeiras, feitas pela própria joalheria para o casal.
“Acho que, uma vez que você se torna famoso, precisa desistir da ideia de que as pessoas vão te ver pelo que você é, ou enxergar além da superfície das coisas”, disse Madonna em uma restrita coletiva de imprensa. “Acho que isso era uma fonte de grande frustração para Wallis Simpson e Edward VIII, pois depois de ele abdicar, eles não tiveram a oportunidade de se defender. Então espero que eu tenha conseguido fazer isso por Wallis por meio do meu filme”, completou ela.
Madonna disse que recebeu apoio para o projeto de ambos dos seus ex-maridos, Guy Ritchie e Sean Penn. E confessou ter se sentido intimidada com a direção durante os 10 anos de casamento com Ritchie. “Me vejo como uma contadora de história. O cinema sempre contribuiu com outras áreas do meu trabalho. Não acho que me tornar uma cineasta seja um grande salto. Penso que todo meu trabalho anterior me preparou para a responsabilidade do cinema”.
O longa dividiu a crítica. “Que extraordinária bobagem, enfeitada e fatalmente manuseada é este filme. Pode ultrapassar até mesmo Sujos e Sábios, a primeira excursão calamitosa de Madonna como cineasta em 2008”, escreveu Xan Brooks, do jornal The Guardian. Já o The Telegraph foi dos poucos veículos que elogiou (nem que seja um pouquinho) a obra, dizendo que “W.E. é melhor do que se esperava; é forte, confiante e não deixa de ter momentos de divertimento. Mesmo assim, é, de maneira inegável, uma invenção estranha”.