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domingo, 21 de agosto de 2011

Trabalho escravo na indústria têxtil – O efeito Zara



”Nenhuma novidade. Então ninguém deveria comprar nas grandes cadeias e qualquer outra empresa que vende de produção em larga escala, isso acontece no mundo todo, os EUA com a produção no México, China e Índia. A Europa com produção na Romênia, Polônia, Tunísia e Marrocos. A China, Vietnam, Indonésia, Tailândia, Índia, entre outros. com vários canais produtivos e o Brasil com a Bolívia, Peru e Paraguai. Onde aumenta o consumo e a produção, as condições de trabalho também mudam, no mundo vai sempre existir pessoas que trabalham em condições precárias e exploradas. Quando o povo quer preço baixo nas lojas é isso que acontece, o laboratório oferece o produto a um preço baixo e para fabricar e lucrar com isso o laboratório precisa contratar mão de obra a baixo custo. Os Bolivianos não param de chegar a São Paulo para trabalhar e a Zara não é a única que utiliza essa “produção”. Para o consumidor o importante é o preço final acessível e o prazer do consumo, e para o grande produtor o importante é o resultado do faturamento alto e custos baixos na produção. “… Este foi o comentário de uma amiga no Facebook, que sintetiza a indústria têxtil mundial. O maior pólo de produção têxtil do Brasil que é a região do Brás mais a Bom Retiro é notoriamente um centro de trabalho escravo de bolivianos e peruanos que chegam a cada dia em maior número no País. As constantes crises mundiais a entrada da China efetivamente na indústria têxtil de grande escala com as grandes marcas montando suas operações produtivas por lá tornam a competitividade dos preços absurdamente para baixo o que leva a uma condição destas. A posição oficial do grupo Inditex nos chega através da Reuters.

Fornecedor da Zara no Brasil acusado de trabalho escravo

Por Vivian Pereira e Alberto Alerigi Jr. SÃO PAULO, 17 de agosto (Reuters)- A Zara da Espanha, de propriedade do maior grupo varejista do mundo de roupas a Inditex SA ( ITX.MC ), está sob investigação pelo ministério de trabalho do Brasil depois de um de seus fornecedores ser acusado de trabalho escravo. Investigadores do governo invadiram quatro fábricas de São Paulo no final de junho, funcionários do sindicato à Reuters. Todas as peças descobertas na investigação tinham a marca Zara. “Até então, nunca havia recebido acusações” contra Zara, Maria Susiclea Assis, que dirige a São Paulo com base em Sindicato das Costureiras de São Paulo e Osasco sindicato, disse em uma entrevista. Os trabalhadores nas lojas eram da Bolívia e Peru, acrescentou. O fundador do grupo, Amancio Ortega, o homem mais rico da Espanha, disse em um comunicado enviado a partir de São Paulo que o caso envolvia “uma companhia não autorizada (terceirizada)” por um fornecedor brasileiro. A empresa não forneceu o nome do fornecedor. No início deste ano, centenas de trabalhadores desmaiaram em fábricas têxteis do Camboja devido ao calor sufocante, turnos longos e exposição química, colocando grandes varejistas H & M Hennes & Mauritz AB ( HMb.ST ), Marks & Spencer Group Plc ( MKS.L ) e da Inditex no centro das atenções, e os seus fornecedores sob investigação.

Trecho da matéria do Repórter Brasil

Nem uma, nem duas. Por três vezes, equipes de fiscalização trabalhista flagraram trabalhadores estrangeiros submetidos a condições análogas à escravidão produzindo peças de roupa da badalada marca internacional Zara, do grupo espanhol Inditex.   Na mais recente operação que vasculhou subcontratadas de uma das principais “fornecedoras” da rede, 15 pessoas, incluindo uma adolescente de apenas 14 anos, foram libertadas de escravidão contemporânea de duas oficinas – uma localizada no Centro da capital paulista e outra na Zona Norte. A investigação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE/SP) – que culminou na inspeção realizada no final de junho – se iniciou a partir de outra fiscalização realizada em Americana (SP), no interior, ainda em maio. Na ocasião, 52 trabalhadores foram encontrados em condições degradantes; parte do grupo costurava calças da Zara.   “Por se tratar de uma grande marca, que está no mundo todo, a ação se torna exemplar e educativa para todo o setor”, coloca Giuliana Cassiano Orlandi, auditora fiscal que participou de todas as etapas da fiscalização. Foi a maior operação do Programa de Erradicação do Trabalho Escravo Urbano da SRTE/SP, desde que começou os trabalhos de rastreamento de cadeias produtivas a partir da criação do Pacto Contra a Precarização e Pelo Emprego e Trabalho Decentes em São Paulo – Cadeia Produtiva das Confecções.   A ação, complementa Giuliana, serve também para mostrar a proximidade da escravidão com pessoas comuns, por meio dos hábitos de consumo. “Mesmo um produto de qualidade, comprado no shopping center, pode ter sido feito por trabalhadores vítimas de trabalho escravo”. O quadro encontrado pelos agentes do poder público, e acompanhado pelaRepórter Brasil, incluía contratações completamente ilegais, trabalho infantil, condições degradantes, jornadas exaustivas de até 16h diárias e cerceamento de liberdade (seja pela cobrança e desconto irregular de dívidas dos salários, o truck system, seja pela proibição de deixar o local de trabalho sem prévia autorização). Apesar do clima de medo entre as vítimas, um dos trabalhadores explorados confirmou que só conseguia sair da casa com a autorização do dono da oficina, só concedida em casos urgentes, como quando levou seu filho ao médico.   Quem vê as blusas de tecidos finos e as calças da estação nas vitrines das lojas da Zara não imagina que, algumas delas, foram feitas em ambientes apertados, sem ventilação, sujos, com crianças circulando entre as máquinas de costura e a fiação elétrica toda exposta. Principalmente porque as peças custam caro. Por fora, as oficinas parecem residências, mas todas têm em comum as poucas janelas sempre fechadas e com tecidos escuros para impedir a visão do que acontece do lado de dentro das oficinas improvisadas.   As vítimas libertadas pela fiscalização foram aliciadas na Bolívia e no Peru, país de origem de apenas uma das costureiras encontradas. Em busca de melhores condições de vida, deixam os seus países em busca do “sonho brasileiro”. Quando chegam aqui, geralmente têm que trabalhar inicialmente por meses, em longas jornadas, apenas para quitar os valores referentes ao custo de transporte para o Brasil. Durante a operação, auditores fiscais apreenderam dois cadernos com anotações de dívidas referentes à “passagem” e a “documentos”, além de “vales” que faziam com que o empregado aumentasse ainda mais a sua dívida. Os cadernos mostram alguns dos salários recebidos pelos empregados: de R$ 274 a R$ 460, bem menos que o salário mínimo vigente no país, que é de R$ 545.   As oficinas de costura inspecionadas não respeitavam nenhuma norma referente à Saúde e Segurança do Trabalho. Além da sujeira, os trabalhadores conviviam com o perigo iminente de incêndio, que poderia tomar grandes proporções devido a quantidade de tecidos espalhados pelo chão e à ausência de janelas, além da falta de extintores de incêndio. Após um dia extenuante de trabalho, os costureiros, e seus filhos, ainda eram obrigados a tomar banho frio. Os chuveiros permaneciam desligados por conta da sobrecarga nas instalações elétricas, feitas sem nenhum cuidado, que aumentavam os riscos de incêndio. Parte da reportagem de Bianca Pyl* e Maurício Hashizume do Repórter Brasi