De passagem por terras paulistas o modelo mineiro Fernando Machado parou pra conversar com o FFW nessa sexta-feira (17.06) durante a SPFW. Se há um mito quanto a inteligencia de modelos, Fernando está aí pra provar o contrário. Com apenas 22 anos de idade e sete de carreira, o garoto de raciocínio rápido e leve sotaque americano está se formando em comunicação e administração numa universidade de Nova York, fala quatro idiomas, e diz se sentir realizado profissionalmente e muito maduro para sua pouca idade. Não é pra menos, já que viajou para todas as partes do mundo antes mesmo de completar 18 anos em trabalhos para Louis Vuitton, Jil Sander e Calvin Klein, entre outras.
Nome: Fernando Machado
Idade: 22
Agência: Ford
Como começou: “Eu era jogador juvenil de vôlei na minha cidade natal em Minas Gerais. Um dia voltando do treino, ao chegar em casa, minha irmã ouviu no rádio sobre um workshop para modelos e quis fazer, mas minha mãe achou que eu tinha mais jeito pra coisa e me mandou no lugar, dizendo ‘Amanhã de manhã você vai fazer umas fotos’. Eu retruquei dizendo que tinha que viajar pra uma convenção, tinha campeonato marcado, mas no final acabei fazendo as fotos — isso foi em 2003.
Seis meses depois disso me ligaram de São Paulo, dizendo que uma grande agência queria me representar. Fui pra SP conhecer em janeiro de 2004 e lembro até hoje; era uma sexta-feira e não me deixaram ir embora, dizendo que um motorista estava esperado pra me levar aos castings. Na segunda já estava arrumando as malas para me mudar de vez para São Paulo.
Chegando aqui morei em apartamento de modelo durante um tempo. Eu sou muito organizado, tenho minha rotina, gosto que meu dia renda, sabe? Levanto cedo e faço questão que seja produtivo e isso era complicado divindindo o espaço. Cheguei a morar com mais 10 modelos numa mesma casa! Ainda assim apartamentos de homens costumam ser menos bagunçados que de meninas, elas são terríveis! (risos) Morei aqui durante um ano, até ser descoberto por dois grandes diretores de casting de fora do país, eles fazem Jil Sander em Milão, Calvin Klein em NY, Louis Vuitton em Paris, etc.
Qual a sua melhor experiência: “Gosto de conhecer culturas diferentes e essa profissão me proporciona estar em lugares e com pessoas que dificilmente outro trabalho me permitiria estar! Já estive na Ásia, Europa e até na aÁrica. Inclusive foi onde tive as melhores experiências, pude fazer trabalhos voluntários em colégios das aldeidas locais. E uma vez também estive numa reserva que cuida de chimpanzés que são recolhidos do mercado negro, lá nós os soltavamos na mata mas eles não sabem se alimentar sozinhos; fica sob nossa responsabilidade isso, cheguei até a limpar jaulas!
Desde que comecei minha carreira tinha uma meta: voltar a estudar por volta dos 21 anos, fazer faculdade. Hoje moro em Nova York e faço faculdade de comunicação social, consegui metade de uma bolsa de estudos e a outra parte já toda paga, fui guardando uma reserva só para isto”.
E a sua relação com a moda: “Sempre me falaram que sou elegante. Nunca esqueço que o Jonathan Kaye, stylist da Jil Sander sempre chamava o casting durante os fittings e me colocava pra andar dizendo que era assim que deveriam fazer, era bem gratificante ouvir isso. Não diria que nasci pra ser modelo mas meu trajeto foi muito natural, não fiz esforço nesse sentido. Mas s0u totalmente casual, gosto de conforto, escolho aquilo que me veste bem e me deixa confortável.
Música, filme e livro : “Gosto muito de AC/DC! Hoje durante o desfile da Ellus estava ouvindo a Geanine Marques cantando e me lembrava muito “Born To Be Wild”. Hip hop e pop também ouço, mas está um pouco saturado, lá nos Estados Unidos isso está muito “all over the place”, sabe? Mas sou bem eclético, ouço de Bebel Gilberto a Kings Of Leon.
Lá em NY tento ir quase que semanalmente no cinema, gosto muito. Acho que o último que vi foi o “The Tourist” com a Angelina e o Johnny Depp, eu adoro o Johnny Depp! E os filmes do Martin Scorsese num geral eu adoro, ele pra mim é o diretor mais bacana.
Agora eu estou lendo a biografia do Gandhi. Terminei antes Ernest Hemingway; o mais legal é que fui descobrir a história dele na África! Ele sobreviveu a dois acidentes de avião, uma coisa muito maluca lá na Tanzânia, onde eu já passei inclusive no aeroporto em questão!”.