As coleções da Maria Bonita...

As coleções da Maria Bonita sempre arrancam suspiros pelo tratamento cool dado às técnicas artesanais (Danielle Jensen já usou palhinha, cestaria, madeira modulada…), de modo que seus desfiles são invariavelmente aula de tecnologia aliada a handmade; de transformação de materiais impensados em tecidos usáveis; de homenagem, afinal, ao que o Brasil tem de melhor.

Dessa vez não foi diferente. Danielle partiu do artesanato português, juntou boas doses de brasilidade e colocou tudo na forma Maria Bonita (maxipaletós, macacões e vestidos-regata). Os melhores momentos acontecem quando a grife desiste de ignorar as formas femininas e aposta em modelagens mais próximas ao corpo – os macacões de linho cru do início do desfiles representam bem a causa. Assim como o terno branco de paetês foscos.

Destaque também para o styling que desponta como o mais visto cá nas passarelas deste SPFW: saia longa fluida e transparente com top-túnica, proporção interessante, meio 60´s (pela túnica), meio 70′s (por conta da saia), que embeleza e alonga.
Mas o hors concours, claro, foram as técnicas artesanais: crochê de fios de ouro que uniam top e bottom de falsos vestidos e macacões; e o poético trabalho de tapeçaria arraiolo, técnica de bordado sobre tela, que deu vida a lindos tops, capelinas e oxfords. 

Deu certo… As peças feitas de tapeçaria arraiolo, que deixaram nosso diretor de moda, Giovanni Frasson, emocionado. “Minha mãe, Dona Julieta, costumava fazer arraiolo”. A técnica, que usa uma base de tela cru para criar bordados coloridos, funciona melhor em tops cavados que em looks totais.

Quero já… Os oxfords de arraiolo, com tropicalíssimas flores de frutas coloridas.

Precioso… Literalmente, os crochês de fio de ouro que juntavam falsos vestidos e macacões e as alças-joia dos macacões (fios de ouro com maxipedras