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quinta-feira, 5 de maio de 2011

Dolce & Gabbana anuncia fim de sua segunda linha ★



Quase ninguém comentou, mas aconteceu. Quer dizer, vai acontecer. O fato é que a Dolce & Gabbana anunciou nessa semana o encerramento das atividades da sua segunda marca, a D&G, e passarão a contemplar seus produtos dentro da linha principal.
Mas é isso aí, acabou D&G e agora vai ser tudo uma imensa coleção Dolce & Gabbana. E ninguém sabe bem ao certo o que levou a empresa a tomar essa decisão – nenhum porta-voz da grife quis comentar nada a respeito, pelo menos por agora. Mas tudo bem, afinal o mais interessante é tentar entender o que isso significa para o mercado de uma forma geral.
Não faz muito tempo, ou melhor, até agora pouco, as segundas marcas _aquelas mais jovens e com produtos menos caros_ eram quase que os carros chefes das grandes grifes de luxo. Era com elas que conseguiam lucrar de fato e assim bancar toda a produção de alta qualidade (e custo) para melhor atender aos requintes do mercado de luxo.
E nem é difícil entender o porquê, né? Estilistas se consolidam com suas grandes marcas e para lucrar emprestam o valor agregado de seus nomes a produtos secundários de valor inferior aqueles mais sofisticados e exclusivos, que justamente por não se enquadrarem nesse patamar de maior excelência permitem um acabamento inferior com a utilização de materiais mais baratos.
É o que faz Marc Jacobs com sua Marc by Marc Jacobs, Donna Karen com sua DKNY, Calvin Klein com a CK Jeans e outras linhas, Alexander Wang com a T by Alexander Wang, Raf Simons com a Raf by Raf Simons, a Versace com a Versus… Enfim, desde que Yves Saint Laurent lançou em 1966 sua Rive Gauche, e principalmente depois que Giorgio Armani lançou suas linhas secundárias no fim dos anos 80, tudo mundo fez também. É uma prática extremamente comum e até então muito lucrativa para as marcas de luxo. Mas será que ainda vale a pena?
Existem algumas pesquisas dizendo que com o crescente acesso a informação de moda os consumidores hoje se sentem mais seguros na hora da compra e de montar seu próprio visual e que não ligam se o que compram são de uma marca secundária ou não. O que realmente importa é o valor criativo (ou seria cultural) que determinado estilista imprime com seu nome. Ou seja, para o consumidor não faz diferença comprar um trench-coat Marc by Marc Jacobs ou um Marc Jacobs, ou uma camiseta T by Alexander Wang e uma Alexander Wang – afinal, para este consumidor ambas as peças foram idealizadas pela mesma mente criativa, pelo mesmo nome.
Sem contar que as divisões de marcas de luxo é algo que muitas vezes só faz sentido para quem já está inserido no meio da moda. Quem nunca viu alguém falar que sua camiseta Emporio Armani é, na verdade, Giorgio Armani, ou que usa cuecas Dolce & Gabban, ao invés de D&G? O que nos leva a questionar se tais nomenclaturas não tenham como único objetivo facilitar a vida da própria indústria da moda.