MILÃO — A semana de moda feminina outono-inverno 2011-2012 começa nesta quarta-feira em Milão, em meio a um clima otimista para o setor na Itália, que inicia uma retomada com bons resultados. Após dois anos difíceis, em 2008 e 2009, a indústria da moda italiana registrou este ano um aumento no volume de negócios, fomentado principalmente pelo apetite de compra de paises emergentes amantes do luxo, como a China.
A maison Gucci, emblema do luxo do grupo francês PPR, registrou em 2010 notável crescimento (18,3%), seguida pela marca Bottega Veneta, em uma tendência que marcou também o grupo italiano Prada.
Depois de Nova York e Londres, a semana de moda milanesa começa sob o signo da inovação, com 150 coleções e 72 desfiles.
Como na bem sucedida de setembro do ano passado, a capital financeira se transforma, invadida por passarelas e a organização de eventos especiais, como o show de 25 de fevereiro do grupo de rock Duran Duran.
Além dos elegantes palácios históricos, a prefeitura pôs à disposição outros espaços excepcionais: a moderna tenda transparente com capacidade para 1.000 pessoas, instalada em frente à catedral, e um vagão de trem elétrico milanês "Meneghino", adaptado para acolher no sábado os desfiles de Alessandra Marchi.
"A moda se abre para a cidade e dialoga com ela", disse a prefeita da cidade, Letizia Moratti.
Junto com o design, a moda pesa na economia milanesa com 13 bilhões de euros ao ano, o que corresponde a 22% do volume de negócios da indústria. O setor, um dos mais dinâmicos, conta com 15.000 empresas localizadas somente em Milão e arredores.
Em 2010, foram criadas nada menos que 342 empresas no setor têxtil de roupas. Entre as grandes empresas que abrirão os desfiles, estão Gucci, John Richmond e Alberta Ferretti, seguidas no dia seguinte por Max Mara, Fendi e Prada.
Na sexta-feira será a vez de Moschino, Antonio Marras, Etro, Gianfranco Ferre e Versace, enquanto no sábado apresentam suas novas coleções Bottega Veneta, Jil Sander e Roberto Cavalli. No domingo desfilam Marni, Brioni, Dolce & Gabbana, Missoni e Salvatore Ferragamo, na segunda-feira Dsquared2 e Giorgio Armani.
O último dia, como é tradição, será dedicado aos novos talentos e estreantes na passarela milanesa. Entre a dezena de novas marcas destacam-se dois nomes: a dupla italiana Carta e Costura e o turco Erkan Coruh.
Enquanto isso, dezenas de jovens mulheres cheias de estilo invadem as ruas do centro de Milão, correndo para seus taxis e ônibus e muitas vezes posando para fotógrafos de sites e blogs de moda de rua, que se deliciam nesse período de moda na cidade.
Os hotéis aumentam seus preços e os jornalistas da imprensa especializada recebem os cobiçados convites para os desfiles, ditando o fracasso ou o sucesso de uma coleção. O ano apenas começou, mas o ritmo da moda mundial já está a mil por hora.